terça-feira, 25 de junho de 2013

POLÍTICO INTELIGENTE OUVE O POVO

Eu sou um profissional de marketing e fiz curso de marketing político. Dentro desse curso revi uma regra muito importante utilizada para se direcionar as ações quando não temos a certeza para onde devemos seguir. Essa regra diz que para saber o que o seu cliente quer, basta perguntar a ele. Simples assim.
Quando vejo as reivindicações apresentadas nas manifestações, fico imaginando como isso tudo pode resolver dois problemas de uma vez: as necessidades reais e imediatas da população e, consequentemente, um norte aos administradores que, se forem inteligentes, saberão utilizar essas informações e escrever seus nomes na história da gestão pública do nosso país.
Atender às reivindicações não pode ser encarada como "ceder às pressões" e sim como uma reformulação da pauta da administração pública.
Separaremos com tudo isso o joio do trigo. Não apenas por aferir o grau de comprometimento dos governantes com seus "governados", mas, por filtrar e jogar fora ações irrelevantes e eleitoreiras.
Governantes,a melhor maneira de manter incólume sua aptidão político-administrativa é corresponder às expectativas daqueles que aí o colocaram e nunca houve momento mais propício e informações mais claras do que as expostas nas manifestações. Pensem nisso! Por que, está tudo aí, não precisa nem perguntar.

sábado, 22 de junho de 2013

ÍCONES NAS MANIFESTAÇÕES

Infelizmente, a completa despolitização e ausência total de consciência de luta vão levando milhares de jovens completamente desorientados às manifestações. Para entendermos melhor, vamos classificar alguns tipos. 
Se você se enquadrar em algum deles, por favor, fique em casa!
1) FESTEIROS FACEIROS
São casaizinhos que vão apenas para beber, fumar maconha e namorar, sem a menor noção do real sentido da mobilização, sendo que o grande troféu é "postar foto no facebook"Para estes, isso tudo é uma festa, uma rave, onde tudo é liberado e a palavra de ordem é "vamos festejar nossa completa estupidez".
2) REVOLTADOS POR REVOLTA
Dentre outras figuras icônicas das manifestações estão os "revoltados por estar revoltado". São aqueles que são revoltados por natureza. Seu objetivo não é resolver o problema e sim se rebelar, não importa contra o quê.
3)MARIA-VAI-COM-AS-OUTRAS
São aqueles "manifestantes" que não sabem o que estão fazendo ali, só foram por que seus amigos foram. Quando estes voltam para casa entram na internet para entender o que aconteceu e logo vão assistir a novela das nove que está "bombando".
4)FRUSTRADOS E ENRUSTIDOS 
São aqueles que vão apenas para depredar, pichar, quebrar, vandalizar. Mas, só fazem isso por que estão em bando, por que sozinhos não teriam coragem nem de gritar. Estes sintetizam com todas as suas variações a frase "só sou macho junto com outros machos, do contrário sou uma flor de pessoa".
5)GOZADINHOS
Estes são os palhaços das passeatas. Só vão para aparecer na TV e no Youtube, com cartazes do tipo "Abaixe o preço da cerveja!" e logo depois das manifestações vão para a balada tomar "whisky ou água de coco", afinal, tanto faz.
6)OPORTUNISTAS
Para finalizar, mas, não menos importante, estão os oportunistas, que querem apenas obter algum tipo de lucro com as manifestações. Seu objetivo é se tornar um líder, uma referência e logo terá seu nome "ventilado" para substituir os políticos que quer derrubar.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

DEVER DE CASA

Uma das mais importantes bandeiras hasteada nessa mobilização popular é o fim da impunidade e eu concordo em gênero, número e "degrau" com ela.
A impunidade é o combustível da corrupção e a ganância, o seu estopim.
A certeza de que nada irá acontecer de ruim constrói no corrupto, no ladrão e no assassino, a estratégia da perpetuação de seu lema de vida.
A impunidade enfraquece a lei, fragiliza o honesto e corrói a fé.
E é embasado na impunidade que muitos bandidos se infiltraram nas manifestações e lá destilam sua falta de caráter e ombridade e se aproveitam do cenário e da multidão para depredar, roubar, saquear e mostrar sua frágil "macheza".
Diante dos crimes cometidos por esses pilantras durante as manifestações, a imprensa e toda a sociedade começam a mudar o foco, pois, os atos de depredação, saques e pichações vêm ganhando mais destaque do que os objetivos das passeatas.
Portanto, fazer o dever de casa é fundamental. 
Comecemos por não permitir impunidade dentro dos movimentos, por apontar e exigir a punição imediata e rigorosa dos vagabundos que depredam e vandalizam. Identifique-os, exija que eles paguem pelos prejuízos causados e retire-os das manifestações, pois, se eles não pagarem pelos seus atos, quem o fará serão todos, com o enfraquecimento e esvaziamento das manifestações.
Impunidade não! Prisão aos bandidos infiltrados nas manifestações!

terça-feira, 18 de junho de 2013

MOBILIZAÇÃO, A MAIOR E ÚNICA VITÓRIA

Muitos amigos vêm me questionando sobre o objetivo prático das mobilizações e quais as vitórias alcançadas ou a serem alcançadas. A pergunta pertinente se dá ao fato de que são muitas bandeiras e nenhuma ação efetiva. De um modo geral não há sincronismo dentro do movimento, uns pedem "Passe Livre", alguns pedem o impeachment da presidenta Dilma, outros querem derrubar o governador Alckmin, muitos protestam contra os gastos da copa e alguns imbecis só querem depredar.
Sinceramente, acho pouco provável que haja a possibilidade de qualquer uma dessas reivindicações serem efetivamente conquistadas, pois todas elas juntas sintetizam uma luta contra o onipresente e subjetivo "sistema", algo que vai muito além de problemas pontuais.
Essa luta contra o sistema colocou em cheque o autoritarismo das "autoridades" e deixou claro que o povo, considerado por muitos políticos apenas um "detalhe", vem mostrando sua capacidade de desestruturar os "esquemas" e que a transparência até então transparecida não representa licitude.
Resumindo, a maior vitória até agora é justamente a maior vitória possível, a surpreendente mobilização que arriou as calças, e as fez borrar, dos ditos anuentes do poder.


segunda-feira, 17 de junho de 2013

O POVO E A LUTA


O povo é um organismo adestrado para ser povo através da individualidade, do egocentrismo, da competitividade e criado desde feto a abominar a união e a mobilização por um objetivo coletivo. Somos informados, formados e conformados à correr atrás de nossos objetivos, de sermos vencedores numa corrida contra o resto, sempre sendo "eu" e nunca "nós". 
Desde jovens, somos instruídos á seguir o "fluxo" e a manter a ordem, ordem esta que mantém o revezamento das mesmas figuras ou partidos no poder e que utilizam esse poder para corresponder às expectativas de seus financiadores, parceiros, familiares e amigos do peito.
O povo é visto pelos possuidores do poder como uma massa anencéfala, que segue, cegamente, discursos e promessas de um futuro melhor e não como um conjunto de  indivíduos, com ideias e ideologias e que pensam e lutam pelo bem comum.
O povo mobilizado é capaz de fazer mudanças nos rumos da história do nosso país, e isso tira o sono e faz engasgar o caviar nos que se acham donos do poder. Mas, ao ver nas reportagens badernas e bandeiras de partidos políticos, como no Rio de Janeiro, poderemos ver correr por entre os dedos a razão do movimento.
Não percamos o foco, não percamos a razão e não nos rendemos à oportunistas. O poder vem e é do povo, só nosso, de mais ninguém.

sábado, 15 de junho de 2013

VAIA PARA NÓS

Beira a bizzarice um povo vaiar a si mesmo.
Eu digo isso pois, quando vaiamos aqueles que elegemos democraticamente estamos vaiando a nós mesmos.
Quando esculachamos nossos representantes estamos assinando um atestado público de burrice e falta de respeito com a vontade da maioria do povo, além de uma total ausência de respeito e amor próprio. Demonstramos assim toda a nossa pequenice.
E o mais absurdo é que escolhemos sempre as horas mais inapropriadas para mostrar isso.
Não quer aplaudir, tudo bem, você tem o direito, mas, respeite o seu país, você tem esse dever, se não pela presidenta, por você mesmo.
Mas, aqui é a pátria de chuteiras, do carnaval e do samba, ou seja, realmente, não somos um país sério.

http://copadomundo.uol.com.br/noticias/redacao/2013/06/15/dilma-e-muito-vaiada-na-abertura-e-blatter-da-bronca-na-torcida.htm

SÓ DE PASSAGEM

E os protestos em São Paulo nos faz à refletir. 
Quanto às razões e as ações existem muitos contra, muitos à favor e todo mundo puxando a brasa para sua sardinha. 
A verdade é que ambos os lados têm razão e não a tem. Ressaltemos alguns pontos.
Os donos de empresas de ônibus e seus acionistas, que certamente não utilizam seus próprios ônibus como meio de transporte diário, vêem seus passageiros como "carga viva" em veículos vergonhosamente decrépitos, cobrando preços de primeira classe num serviço sem classificação possível.
A livre manifestação de quem se julga prejudicado deveria ser preservada como de fato o é o livre arbítrio, tendo ou não interesses políticos por seus articuladores.
Como é verdade que qualquer um tem o direito de se deixar ser massa de manobra desses interesses políticos, afinal o problema é de cada um, mas ninguém tem o direito de depredar, quebrar, bater, ferir e matar.
A PM é uma organização irmanadamente corporativista, agrida um e será agredido por todos. Os policiais são treinados para seguir ordens e apenas isso bastaria, mas com o suporte do ódio humano instaurado na organização pelas feridas de alguns dos seus causadas pelo "protesto", suas ações se tornam desproporcionais, como em toda organização essencialmente humana, óbvio.
Concluindo, todos eles são seres humanos, movidos por palavras de ordem e motivados por razões nem sempre razoáveis.
Num confronto desses caberia o diálogo, algo absolutamente improvável em situações de balburdia, pois, nessas horas ninguém tem razão e todos a tem. 
Cabe-nos aguardar que os oportunistas plantonistas não se afortunem disso tudo e que a alienada memória do povo reserve um espaço para guardar tudo o que aconteceu.

domingo, 9 de junho de 2013

EU QUERIA SER IGNORANTE

Certa vez o diretor de marketing de uma das maiores empresas do ramo de alimentos do mundo me disse que eu era uma pessoa inteligente e de raciocínio lógico e que isso poderia me trazer problemas.
De imediato eu não entendi muito bem, mas depois eu percebi que o que ele quis dizer é que eu teria dificuldades de entender e aceitar as coisas que não têm lógica, ou seja, eu teria problemas em acreditar no improvável.
Infelizmente, a vida me mostrou de forma dura e implacável que ele tinha razão. 
Quando você é conhecedor de "certas coisas" a sua fé nas pessoas e que tudo pode mudar acaba e você acaba sem rumo. Você fica perdido e eu, um homem de 41 anos, muitas vezes me pego como se estivesse nos piores dias de um adolescente.
Daí a vontade de ser diferente. Adoraria ser ignorante, ser menos inteligente mesmo. Não, não sou um gênio, não tenho a pretensão de carregar o peso de ser o maior ou melhor em coisa nenhuma, só gostaria de ter mais fé no improvável. Não sei como estão os órfãos da África, os sertanejos no árido nordeste, ou os filhos e netos da guerra da Chechênia, então não me preocupo com isso.
Acho que se assim eu fosse, talvez fosse mais feliz. Talvez, ignorando certas coisas acreditasse em outras e a fé na vida voltaria.
O duro de ser assim é ter a certeza de que as pessoas e as coisas não mudam. Que o ser humano é egoísta por puro instinto e que o problema do outro sempre é menos importante que o seu. 
Queria ser mais ignorante, talvez assim eu seria simplesmente feliz.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

TUDO DE BOM PRÁ VOCÊ!


É estranho como as pessoas sempre pensam no lado pejorativo quando alguém lhe diz: "que você tenha em dobro tudo o que me deseja!"
Acredito que esse temor é pelo fato que essa simples frase nos remete a pensar sobre o que desejamos aos outros.
É muito comum aceitar isso como se tivéssemos rogando uma praga ou coisa parecida, pois pressupõe-se que só dizemos isso quando acreditamos que a outra pessoa nos deseja o mal, o que deveria ser um erro. Mas, infelizmente, a vida nos mostra que isso perturba tanto por que sempre desejamos que a outra pessoa esteja bem, desde que não esteja melhor que nós mesmos.
"Quero que você cresça, mas não quero que você seja maior do que eu, entendeu?"
Isso é subconsciente e o pudor demagogo não nos deixa expressar isso com palavras, daí o espanto quando proferimos (sic!) a tão famosa frase.
Será que sempre desejamos mesmo o bem aos outros? Será que faz sentido entrar nessa competição para ver quem é melhor sucedido? Será que deveria mesmo ser tão importante mostrar-se fora do fracasso?
O fracasso é parte da vida. Sofrer engrandece. Sem o não, o sim não faria sentido, sem a morte a vida não existiria. Então, por que sempre temos que deixar claro para a sociedade que estamos bem, que somos vencedores? Vencemos o quê? 
Vencer na vida é ser feliz. Vencer é estar cercado de pessoas que realmente te querem ver feliz e, se possível, participar dessa felicidade. Vencer não é ser o maior, o melhor, o mais rico, o mais bonito ou o mais inteligente. 
Vencer não ser mais, pode ser "ser menos".
Menos preocupado, menos estressado, menos doente, ter menos fome, ser menos egoísta.
Sejamos menos, quem sabe assim um dia ficaremos felizes, simplesmente por ver outras pessoas felizes.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

A VERGONHA DE SER HONESTO

Pode parecer absurdo, mas tenho vergonha de ser honesto.
O honesto trabalha, procura ser correto em suas ações, pratica empatia e compaixão, tem convicta a certeza de que todo ser humano é bom e merece respeito.
O honesto carrega as pedras colocadas pelos pilantras para que esses pilantras continuem pilantras.
O honesto paga pela vida boa do desonesto. Paga para continuar sendo motivo de chacota e para manter a alcunha de "otário".
O honesto acredita que todo mundo é honesto e é aí que ele se dá mal. 
O pilantra acha que todo mundo é pilantra e é aí que ele se dá bem.
O honesto acredita que todo mundo deve falar a verdade.
Já o pilantra conta com a mentira para sobreviver.
Tenho vergonha de ser honesto, mas como todo pilantra tem a pilantragem como modo de vida, sou honesto por natureza e ninguém muda sua natureza.

MALANDROS E INGÊNUOS

No decorrer de nossas vidas cometemos erros. Esses erros muitas vezes prejudicam o caminhar de outras pessoas, mas, na maioria das vezes o maior prejudicado somos nós mesmos e o resultado é o castigo.
Agora por que vemos tanta gente cometer erros atrozes e em muitos casos saírem ilesos e impunes, gozando a vida e nossas caras atônitas? Simples, quando se comete um erro de forma premeditada, o agente pensa, analisa, calcula as consequências e a punição para esse erro é prevista em todas suas nuances, depurando assim os caminhos de defesa previamente. Ou seja, quando você comete um erro tendo plena consciência dele, você se prepara e o faz de modo a não deixar vestígios, ou deixá-los de forma pouco aparente.Uns chamam isso de inteligência, outros de articulação, eu chamo de malandragem.
Agora, quando cometemos um erro sem tê-lo de maneira clara e consciente, muitas vezes para resolver uma situação ou simplesmente para ajudar alguém, na verdade você não tem ideia desse erro e acaba por não se preparar para as eventuais consequências. 
Uns chamam isso de ingenuidade, outros de tolice, eu chamo de ausência de má intenção.
Porém, o preço pago é justamente o mesmo. 
Resumindo, apenas os malandros sobrevivem em meio a mares de lama e ninhos de cobra, já o resto é só o resto e paga o preço por ser honesto.