quinta-feira, 30 de maio de 2013

A INJUSTA BELEZA DO FUTEBOL

O futebol é injusto. E é isso que o faz tão belo, tão cativante, tão popular.
O futebol é um dos raríssimos esportes onde nem sempre o mais forte vence e isso leva a emoção até os últimos segundos de uma partida.
É um esporte, mas poderia ser uma parábola da nossa vida. Um conto onde a esperança é infinita e por vezes incontáveis, a única razão de seguir em frente.
O futebol é paixão pura para quem torce, é o alimento que fortalece ou enfraquece quem o consome, depois do apito final.
Ás vezes você ataca, ás vezes você defende, ás vezes você apenas deixa o tempo passar, até o final da partida chegar e depois chegar bem ao final do campeonato.
O futebol é isso, futebol é a vida e sua beleza, sua perfeição está em suas imperfeições, em suas injustiça. A beleza da vida está em esperar sempre que algo inesperado aconteça. A vida é um campeonato e gira como uma bola.

terça-feira, 28 de maio de 2013

POVO, PODER E PROBLEMAS

Como separar o povo do governo? Como colocar em um pedestal um representante selecionado por nossa maioria,estando certa ou não, onde cedemos-lhe provisoriamente o poder do "cheque em branco" e a honra de nossa representação?
É impossível separa o poder que emana do povo desse mesmo povo que o gera. Que isso fique claro, mas também é quase impossível, ou pouco provável, que um governante consiga absorver e processar todos os problemas individuais de todos os cidadãos, mesmo por que interesses pessoais muitas vezes conflitam-se com os coletivos.
Cabe-lhe, portanto, ações massivas,que contemplem o maior número de pessoas possível, reservando-se o direito de deliberar sobre a relevância ou não de certos pedidos. Será que todos são justos? 
Está aí o poder julgador daquele de quem espera-se a solução do problema e cabe a nós o discernimento e a clareza de que nem sempre nosso problema é o maior problema do povo.
Resumindo, governar é resolver problemas, mas antes filtra-los, peneira-los, criar um sistema de gestão onde os mais urgentes e abrangentes serão resolvidos primeiro, afinal quanto mais gente beneficiada melhor para a sociedade. 
E aliás, as eleições logo vêm.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

QUE PENA!


As discussões em torno da alteração da maioridade penal para 16 anos vem tendo destaque na imprensa e nas mídias sociais. Uns opinam que são a favor, outros contra. Mas, uma unanimidade entre esses dois lados é evidente. Nenhum deles identificou que o "x" da questão não está na idade, mas, na índole.
Eu acredito que todo ser humano pode mudar. Todos temos o direito de poder aprender com os erros e não cometê-los mais. Porém, quando um jovem de 15 anos tem uma "ficha corrida" recheada de assassinatos, latrocínios, roubos e tráfico, fica claro que ele não cometeu um erro e pode se recuperar. Esse indivíduo é enquadrado numa categoria de pessoa que não tem na idade um referencial de concepção. Ele não "está bandido", ele "é bandido". 
Absolutamente ninguém tem direito de roubar ou matar ou traficar, mas todos temos direito a uma segunda chance. Porém, o que fazer quando essa "criança" já está em sua décima chance?
Sinceramente, um ser assim não tem condições de viver em sociedade, daí a importância de se estabelecer, além da possibilidade de se enquadrar um menor nessa categoria, de se discutir sua completa exclusão do convívio público através da perpetuação de sua reclusão.
Como disse, todo ser humano pode melhorar, mas as chances disso acontecer com uma pessoa que já extrapolou os limites da reincidência por vezes incontáveis é absolutamente improvável. 
Não acredito que a discussão deva ser sobre a capacidade ou não de um "di menor" de arcar com suas ações, mas sim de preservar os verdadeiros inocentes da ação dele.
Não importa quantos anos tenha, o que realmente deve contar é o perigo predisposto, notório e indiscutível para a sociedade que cada caso apresentar.
Por isso apoio a ideia de se tornar possível esse enquadramento, extinguindo-se a sensação de poder absoluto que os "di menor" têm hoje.

CORAGEM VIRTUAL


sábado, 4 de maio de 2013

BULLYING POLÍTICO: QUANDO NÃO SE É MAIS AMIGO DO REI

A política é feita de gente. 
Gente tem características boas e ruins e na política essas características se destilam, se essencializam, mostrando a nobreza e a pobreza da alma de seus agentes.
Pessoas acostumadas á viver penduradas nas largas ancas governamentais e que já não desfrutam mais dessas sombras e águas frescas, buscam, como quem busca o ar para respirar, voltar a fazer parte do ciclo de amizade daqueles que no poder estão.
O desespero une-se ao despreparo e o remédio do que nunca se remediará está, na limitada intelectualidade desses seres, em agredir, denegri, criticar e ameaçar, as "bolas da vez", com a vã intenção de se fazer notar.
São como os garotos fortões e anencéfalos do colégio que dizem: se não me der seu lanche eu vou te bater. 
É o bullying político. 
Vou bater até a "porta" abrir, se não abrir vou tentar arrombar, pois, essa é a minha natureza. 
Essas criaturas agem cientes de que são fracos e incompetentes, por isso jamais conseguiriam um lugar ao sol pela própria capacidade.
É daí que saem as ameaças, as mentiras, o xingamento, a agressão, a denúncia sem prova e as falsas "bandeiras de luta", tentando se passar por mártires da honestidade e micos-leões-dourados da ética, usando a boa fé do povo e manipulando conversas na busca de se conseguir o consenso que faz de uma mentira inteira uma meia-verdade.
Mas,na política existe uma categoria de pessoas ainda pior. São os papagaios de pirata. Aqueles amiguinhos que o cercam e aplaudem, riem de tudo que falam e ainda propagam as asneiras que saem de suas desdentadas bocas fétidas. São os que vêm nessas criaturas a voz da verdade e reletem, assim, sua profunda falta de personalidade e de opinião, contribuindo para a perpetuação dessa espécie. 
Mas, a vida é dura para quem pensa que é rapadura e estas criaturas esquecem-se, porém, que quem gosta de bater tem que saber apanhar.
Elos políticos construídos á força são frágeis, arrebentam-se com o primeiro sacolejar e a frustração e a revolta, que vem depois, mostram quão imbecis foram.

Texto publicado no Jornal Correio de Jundiaí, Várzea Paulista e Campo Limpo Paulista, página 2, edição 91 de 21 de Agosto de 2013.

ESTUPRO SONORO

Eu moro próximo a uma faculdade e como tal sofro os desagravos de ter que conviver com  o entusiasmo e a energia de jovens universitários que ainda acham que a vida é um "American Pie".
São carros barulhentos, freadas e arrancadas, risos efusivos e o pior de todos: as "músicas".
Não sou tão velho, mas como chamar de "músicas" coisas com batidas irritantes e refrões que exaltam frases incrivelmente criativas como "lek,lek,lek"?
Eu sei que muitos podem dizer: música é entretenimento, tem que ser divertida, se você quer cultura vai ler um livro. Em parte eu concordo. Mas, para entreter precisamos nos rebaixar tanto? Precisamos ser tão pobres de cultura ao fazer nossas "canções"? Ou isso é um reflexo da deseducação do nosso país?
Não entrarei no mérito da questão, ou demérito, sei lá, pois pior que o "som de entreter" é o volume em que são ouvidos.
Parece que até quem os ouve em seus carros são revoltados com a vida, com a sociedade ou com o "sistema" e querem punir a todos com decibéis e mais decibéis de imbecilidade.
Eu não gosto disso, não consumo isso e quando sou obrigado a ouvir, me sinto como se estivesse sendo vítima de um estupro, um estupro sonoro. 
Prendam esses estupradores, pelo amor de Deus!

A IDEOLOGIA É MORTA?

As ideologias foram o motor de arranque que fez sair do marasmo da alienação milhões de jovens pelo mundo afora e fez aflorar sentimentos de revolta e de inconformismo.
As ideologias criaram filosofias, técnicas de gestão e embasava a esperança e as perspectivas de um futuro melhor através de novas formas de gerir o bem público.
Ter uma ideologia era a certeza de fazer parte de possíveis mudanças que poderiam fazer do mundo um lugar melhor para se viver, era ter algo em que acreditar e por que lutar.
E os ideologistas lutavam, muitos até morreram por sua ideologia, pois sempre se acreditou que a ideologia tinha o mais nobre dos papéis na política, ao se tornar a fronteira entre objetivos pessoais e coletivos, daí a suma importância da sua perpetuação.
Diante disso, quando vimos surgir alianças de partidos fundados com ideologias completamente antagônicas, estamos vindo surgir o império do objetivo pessoal em detrimento ao bem comum, pois como pode um carro andar com o freio de mão puxado?
Hoje vimos surgir o reinado da centralização. 
Não existe mais esquerda ou direita, existem centro-esquerda e centro-direita. 
Cada qual com seu "projeto", concebido sob bandeiras furtivamente absorvidas de ideologias de outrora e idealizados sob a égide de certezas filosofadas por décadas a fio.
Infelizmente, alianças deveriam unir semelhanças na política, pois nela não há como unir a água e o óleo, pois jamais agirão juntos e, então, puxarão a "brasa para sua sardinha". Sendo assim, onde ficará o bem comum?
Pois é, a ideologia agoniza, afundada no lamaçal dos interesses e da corrupção da alma daqueles que a pregam apenas como ferramentas nas eleições.